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Projeto Estrada Parque da Roseira

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MOBILIZAÇÃO PELA ESTRADA PARQUE CANTAREIRA/ROSEIRA

ASSOCIAÇÃO ECOLÓGICA & CULTURAL ACORDA MAIRIPA

A região da Serra da Cantareira por conter significativo patrimônio natural de montanhas, água, vistas e biodiversidade própria da mata atlântica enfrenta uma degradação acentuada pela especulação imobiliária e pelo descuido com o meio natural tanto no espaço privado quanto no público.

A vocação que se impõe à região com relação ao turismo é correta e incorreta ao mesmo tempo, se por um lado o potencial natural se impõe como um atrativo ele por si só não é suficiente se não for acompanhado por equipamentos ou elementos pontuais de paisagem construída que possam agregar uma relação materializada da atração turística .

A maioria da produção cultural e os ícones regionais foram destruídos ou não registrados através do tempo e a retomada de referências tradicionais talvez seja um agregador nesse processo, sendo assim é importante a formação de áreas ajardinadas nos acostamentos e áreas vazias, a introdução de elementos escultóricos ou arquitetônicos assim como a implantação de paisagens artificiais como túneis verdes, iluminação ornamental entre outros que poderão funcionar como elemento construtor de uma identidade local.

As proposições a seguir pretendem entender o processo de ocupação atual e criar uma nova visão sobre a região além das questões tradicionais do planejamento urbano, descartando a visão simplista da sacralização do meio natural e o sempre justificado processo de construção do meio ambiente artificial .

O processo tradicional do planejamento urbano coloca-nos, através de uma visão de cima para baixo, que o resultado da ocupação urbana e ou rural segue um processo histórico e uma leitura cartesiana da análise do solo e das induções do meio físico sobre o meio antrópico ou do antrópico sobre o físico sem levar em consideração as questões mais subjetivas que fogem do olhar pontual, das ações locais ou regionais para uma visão mais macro do sítio a ser estudado, considerando-se até mesmo o planeta como escala de pensamento.

A visão ambiental abre um novo prisma, um novo olhar, um novo paradigma onde as questões éticas e o olhar do passado servem como fio condutor da visão de cenários futuros. Tanto os leigos como os estudiosos do assunto muitas vezes não conseguem aprofundar no tema colocando a questão ambiental sempre como um recurso de superficialidade, uma fachada a esconder interesses que não os do meio natural como um todo.

A nossa busca é por discussões e debates sobre os conceitos de qualidade de vida e visão ambiental dentro de uma visão contemporânea onde o ser humano não é parte central do processo de vida no planeta mas, um elemento dentro do complexo ecossistema orgânico integrado que forma a terra, onde a vida seja vista dentro de uma concepção sistêmica do cosmo.

A procura pela natureza que passa pela expressão lógica, pela idealização do mundo e pela irracionalidade, tem a sua essência também na ideologia sendo assim todos os agentes tem que ser vistos como um elemento norteador dos processos de intervenção e transformação do meio natural formando no final a identidade cultural do sítio, do local através da identificação e formação de cenários futuros que conduzem a formação de propostas que possam garantir a consolidação dessa.

Como metodologia para a proposta de Planejamento Ambiental para a área foi utilizada a criação de “cenários ambientais” , definido como “a projeção de uma situação futura, para o meio ambiente, tendo em vista a solução de problema ou a melhora de uma condição presente indesejável ou insatisfatória” . (*)

Com base nas condicionantes e em vários aspectos pesquisados sobre a área de estudo foram estabelecidos os seguintes cenários : Cenário da Recuperação, Conservação e Desenvolvimento Sustentável ; Cenário de Valorização paisagística e Cenário de circulação Eficiente.

Para cada cenário foram estabelecidas diretrizes específicas que subsidiarão a proposta de projeto, detalhada a seguir.

*Franco,Maria de Assunção Ribeiro.

Planejamento ambiental para a cidade sustentável/Maria de

Assunção Ribeiro Franco.-São Paulo:Annablume:FAPESP,2000.

CENÁRIOS A SEREM CONSTRUIDOS

•  Cenário da Recuperação , Conservação e Desenvolvimento Sustentável

•  Estabelecer uma efetiva política de ocupação do solo impedindo o aparecimento de novos loteamentos irregulares e clandestinos assim como de invasões;

•  Garantir a estabilidade e produtividade dos ecossistemas afetados através de uma ética ambiental;

•  Recompor a vegetação que influi tanto na qualidade ambiental urbana como na proteção ao meio ambiente, visando:

•  Amenizar a temperatura, uma vez que se trata de um clima tropical, onde as variações térmicas contribuem na ventilação, na dispersão do ar poluído e também na retenção da poeira;

•  Proteger o solo porque, ao mesmo tempo em que as áreas verdes defendem o solo contra a erosão, garantem boas condições para o armazenamento de água no subsolo, protegendo os mananciais.

•  Visando uma proteção ao Reservatório Paiva Castro faz-se necessário:

•  Alterar o perfil e característica da estrada da Roseira para que se torne uma via–parque com medidas de moderação do tráfego e proibição de circulação de veículos pesados e/ ou com cargas perigosas;

•  Recompor a formação florestal ao longo do reservatório, em todas as faixas de drenagem, objetivando impedir que as partículas sólidas sejam carregadas para o canal;

•  A transformação da Estrada da Roseira em uma estrada-parque (park way), utilizando redutores de velocidade, irá valorizar os imóveis da área, podendo aumentar a arrecadação com IPTU para o município, além de induzir a diminuição do tráfego pesado nesta via;

•  Criar mecanismos para incentivar a ocupação dos loteamentos existentes junto à Estrada-parque proposta, objetivando democratizar os serviços urbanos e a infra-estrutura necessária, diminuindo seus custos, visto a precariedade atual;

•  Usar o modelo das Ecoviles para os loteamentos já implantados ou parcialmente implantados e não ocupados assim como para a recuperação de loteamentos populares junto ao reservatório como o jardim Suíço , de características de autoconstrução e grande agressão ambiental;

•  Estabelecer zonas diversas de proteção com escalas de proteção máxima, uso controlado para atividades de lazer, moradias, comércio, etc;

•  Adotar corredores ecológicos de fauna que unirá as diversas manchas de vegetação nativa ainda existente, além das faixas de proteção das linhas de drenagem, os corredores integrarão toda a região da sub-bacia, tendo o projeto específico para cada micro –bacia;

•  Criar um contínuo com a estrada SP 23 formando todo um circuito de interesse ambiental e paisagístico reforçando o estatus da região que possibilitará reforçar a identidade ¨Verde¨ no município com o uso racional dos recursos, integrando a população à área, podendo auxiliar na educação ambiental;

•  Estabelecer um circuito turístico que caracterize o município e toda a região da sub bacia num centro de turismo ambiental com um percurso pré-estabelecido que leve em consideração os pontos de interesse existentes como o Parque Estadual do Juqueri, o Pico do Olho d’água, o reservatório Paiva Castro e as diversas zonas de proteção propostas, tendo como elo integrador o centro da cidade de Mairiporã;

•  Revitalizar o centro urbano de Mairiporã com obras de reurbanização e requalificação urbana, inserido-o como ponto central do circuito turístico proposto, consolidando o centro urbano como pólo de serviços, comércio e atividades ligadas ao setor de turismo que possa absorver mão de obra local;

Cenário da Valorização Paisagística

•  Controlar a ocupação do solo e a previsão dos espaços livres em torno destes pontos e nos ângulos visíveis a partir dele, de modo a garantir a qualidade do cenário, nos pontos já ocupados no trecho 1 incentivar a tematização pictórica por artistas plásticos das construções existentes;

•  Usar a vegetação como elemento organizador do espaço, por ser através dele que o observador flui e percebe a paisagem criada;

•  Através da vegetação, enfatizar as características físicas do sítio, como cursos d’água, várzeas ou como limites das áreas urbanizadas;

•  Utilizar as áreas verdes enquanto “amortecedores” entre massas construídas, como contraponto à geometria dos edifícios, a inadequação dos mesmos ao sítio ou como pano de fundo;

•  Estabelecer controle e regulamentação rígida sobre anúncios e sinalização de estabelecimentos comerciais e de loteamentos e proibição de outdoors, faixas e propagandas;

•  Criar pontos de parada nos mirantes, belvederes e locais de beleza especial para a solidificação da imagem de parque da estrada.

Cenário de circulação eficiente

•  Integrar os diversos bairros às tramas viárias e ao centro urbano por meio de um sistema de locomoção local, com calçamento de algumas vias que melhor estruturarão o fluxo de veículos, dispersando o trânsito que hoje é canalizado para a Estrada da Roseira;

•  Implantação de obras de drenagem, recapeamento e nivelamento da estrada em diversos pontos;

•  Implantação de rotatórias em acessos importantes;

•  Instalação de redutores de velocidade e barreiras eletrônicas;

•  Construção de calçadas e acostamentos em pontos de fluxo consolidado;

•  Instalação de guard-rail em trechos mais perigosos;

•  Implantação de sinalização horizontal e vertical inclusive para neblina;

•  Montagem de trajeto em microônibus tipo bondes, de apelo turístico para o transporte local e de turistas e visitantes.

PROPOSTA DE PROJETO

•  Pavimentação das vias que interligam a Estrada da Roseira com a SP 23 como a Estrada da Concremix, a Estrada da Coelha e a Estrada da Trilha das Torres;

•  Adoção de uma faixa de proteção nas Estradas existentes com a exigência da manutenção e revegetação de no mínimo 15,00 metros da faixa de domínio;

•  Estabelecimento de lei de zoneamento específico para as áreas de entorno da Estrada no sentido de restringir os usos comerciais e de serviços criando novos parâmetros de ocupação;

•  Na estrada parque (park way) implantação de:

•  redutores de velocidade;

•  fiscalização eletrônica em pontos estratégicos de grande incidência de acidentes;

•  Intensa arborização nas margens da estrada formando túneis verdes, trechos ajardinados com plantas nativas da mata atlântica e ou exóticas adaptadas alternadas com maciços de roseiras de variados tipos para a consolidação da identidade da estrada;

•  Rotatórias junto aos loteamentos principais como forma de organizar e disciplinar o trânsito criando naturalmente condições de retornos assim como reduzir a velocidade do fluxo;

•  Um marco de início da estrada parque para funcionar como elemento de conformação e posse subjetiva do percurso;

•  calçadas, passeios e baias de acostamento assim como a instalação de iluminação com apelo ornamental em pontos já consolidados de ocupação.

•  Criação de parques e corredores ecológicos de fauna:

•  Construção de passarelas fechadas para os animais e ligação entre as manchas de vegetação;

•  Recuperação das áreas de várzea no trecho 2 com a retirada de construções, revegetação e possível implantação de um circuito de caminhada pelo alagado;

•  Recuperação da área do córrego que corre atrás dos restaurantes do trecho 3 com a retirada de construções, desaterramento e revegetação reconformando a paisagem natural.

•  Obras pontuais:

•  Construção de Deck /mirante no belveder do alto da Serra com parada para observação de toda a bacia contando com serviços de apoio;

•  Construção de túneis /pérgulas para a tematização da estrada

•  Construção do “Memorial do Oleiro” no espaço da antiga olaria como centro de educação ambiental e divulgação da historia e cultura local;

•  Padronização de paradas de ônibus e de transportes coletivo dentro da temática da estrada;

•  Urbanização e requalificação urbana nos trechos já consolidados.

ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO

Após discussão dos princípios norteadores dessas diretrizes, com formadores de opinião local em 30 de outubro de 2004, em oficina de planejamento participativo estabelece-se os seguintes passos estratégicos para a implantação do projeto:

1) APROVAÇÃO DE LEI MUNICIPAL INSTITUINDO A ESTRADA PARQUE ROSEIRA / CANTAREIRA (EPRC)

2) INSTITUIÇÃO DO CONSELHO GESTOR DA EPRC

3) REGULAMENTAÇÃO DA LEI MUNICIPAL DA ESTRADA PARQUE COM DEFINIÇÃO DE ZONEAMENTO E POLÍTICA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO ECOTURÍSTICO PARA A REGIÃO ABRANGIDA

4) EFETIVAÇÃO DO PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DA ESTRADA DA ROSEIRA E IMPLANTAÇÃO DA ESTRADA PARQUE COM A:

•  RECUPERAÇÃO DO LEITO CARROÇAVEL;

•  SINALIZAÇÃO PARA NEBLINA COM IMPLANTAÇÃO , RECUPERAÇÃO E LIMPEZA DA EXISTENTE

•  DRENAGEM (PONTOS PRÓXIMO VÁRZEA);

•  IMPLANTAÇÃO DE GUARD RAILS (PONTO DE ACIDENTES);

•  MELHORIA E IMPLANTAÇÃO DE ACOSTAMENTO;

•  IMPLANTAÇÃO DE BARREIRA ELETRÔNICA DE VELOCIDADE .

•  PADRONIZAÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA ENTRADA DE CONDOMÍNIOS E PONTOS DE INTERESSE

ENCARGO PREFEITURA MUNICIPAL MAIRIPORÂ

PROJETOS & COORDENAÇÃO OBRAS /EXECUÇÃO

VIABILIDADE DE FINANCIAMENTOS LINHA ESTADUAL /FEDERAL

•  IMPLANTAÇÃO /MANUTENÇÃO COMUNICAÇÃO VISUAL DA EPRC

•  IMPLANTAÇÃO COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO COMÉRCIO E CONDOMÍNIOS

•  CAMPANHA PERMANENTE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA OS TURISTAS E USUÁRIOS DA ESTRADA OBJETIVANDO A REDUÇÃO DE LIXO JOGADO NA VIA E ENTORNO

•  CAMPANHA DE INCENTIVO Á IMPLANTAÇÃO DE FOSSA SÉPTICA E TRATAMENTO DE ESGOTOS NO COMÉRCIO E RESIDÊNCIAS

ENCARGO ASSOCIAÇÃO ACORDA MAIRIPA & PARCEIROS ORGANIZADOS NO CONSELHO GESTOR DA EPR;

•  INCENTIVO Á RECUPERAÇÃO AMBIENTAL POR PLANTIO DE ESPÉCIMES NATIVAS

•  COIBIÇÃO DE INVASÕES : CADASTRO DE INVASORES POR FOTOGRAFIA AÉREA /SATÉLITE E ASSISTENTES SOCIAIS COM PROGRAMA DE REALOCAÇÃO HABITACIONAL

ENCARGO PREFEITURA MUNICIPAL DE MAIRIPORÃ COM PARCERIAS SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE , ONGS AMBIENTALISTAS E DE MORADORES DO ENTORNO ORGANIZADOS NO CONSELHO GESTOR DA EPR;

•  Desenvolvimento de selo ecológico que garanta a procedência de qualquer produto extraído da natureza NA REGIÃO DA SERRA DA CANTAREIRA / MAIRIPORÃ, como sendo um produto não agressor do meio ambiente;

•  Implantar um disk denúncia para invasões e atividades ofensivas a região da estrada da Roseira;

 
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Publicado por em fevereiro 12, 2014 em Uncategorized

 

Memória da resistência à ditadura militar

Andrea Lombardi | terça-feira, 14 dezembro 2010Sem Comentários

Oito mil escolas públicas de ensino médio de todo o país irão receber do governo federal um CD-ROM com a história de 394 mortos e desaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985). O trabalho, feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com apoio do Ministério da Educação (MEC) e sob a encomenda da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, foi apresentado na última sexta (10) em Brasília.

O CD-ROM foi elaborado a partir dos arquivos do projeto Direito à Memória e à Verdade da SDH e outros documentos. Além da biografia dos perseguidos políticos, o CD vai permitir aos professores e estudantes conhecer o contexto histórico e cultural do período com acesso à cerca de 4 mil fotografias e ilustrações, 300 vídeos e mais 300 canções que fizeram parte dos protestos e da resistência à ditadura.

“Essa juventude hoje não conhece os anos difíceis que o país passou”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, no lançamento. Segundo ele, o CD-ROM “será festejado como um instrumento de transformação”. Para Haddad, há um efeito pedagógico e cívico na iniciativa. “Democracia se apropria com a cultura. Não é nata do ser humano”, disse ao enfatizar que os valores democráticos precisam ser ensinados.

O ministro Paulo Vannuchi enfatizou que o CD ROM é uma experiência “absolutamente pioneira” em projetos de memória. “Não lembro de ter ouvido falar em outro país”, disse. SDH e MEC também são parceiros na elaboração das diretrizes curriculares nacionais para direitos humanos.

O CD-ROM deverá virar um site a ser desenvolvido pela UFMG. O trabalho foi coordenado pela professora Heloisa Maria Murgel Starling do departamento de história da UFMG e contou com a participação de 15 estudantes de várias áreas, entre elas, história, direito e comunicação.

Para a professora, o projeto é uma “batalha ganha” na recuperação da memória da época da ditadura. “Ao abordar a cultura, o CD-ROM traz uma dimensão de esperança e dimensão lúdica. O conhecimento da história se dá não apenas pela fase dura e dramática, mas também pela enorme criatividade que existia no período.”

*Com informações da Agência Brasil.

 
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Publicado por em dezembro 20, 2010 em Uncategorized

 

Cultura na Mata Atlântica

Andrea Lombardi | quarta-feira, 15 dezembro 2010

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, esteve reunido na tarde desta terça-feira (14), em Brasília, com representantes do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, para a assinatura de um protocolo de intenções que formaliza a implantação de ações do Programa Mais Cultura junto às populações tradicionais, que vivem em áreas prioritárias para a preservação da Mata Atlântica.

A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) é um programa com a chancela da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que identificou 564 áreas em todo o mundo, com potencial para o desenvolvimento de ações de proteção à biodiversidade e de preservação da Cultura local, com vocação para a exploração sustentável de seus recursos naturais.

No Brasil, a RBMA tem territórios em todos os estados litorâneos e também nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, numa extensão total de 78 milhões de hectares.

Sobre o acordo

O acordo estabelece as condições da cooperação entre o Ministério da Cultura (MinC) e o Conselho Nacional da RBMA , de forma articulada com outras instâncias da sociedade civil e órgãos governamentais, com vistas à elaboração de projetos de valorização da Cultura dos povos e comunidades tradicionais destas localidades.

Os sete territórios prioritários selecionados para a intervenção do projeto são: a região Tinharé-Boipeba, no Mosaico Baixo Sul (BA); Vale do Ribeira, no Mosaico Jacupiranga (SP); Serra do Mar, no Mosaico Bocaina (RJ); Mosaico da Foz do Rio Doce (ES); região do Baixo São Francisco (AL); região do Litoral Leste (CE) e a região Porta de Torres (RS).

O ministro Juca Ferreira destacou a importância do envolvimento do Ministério da Cultura com os projetos do Meio Ambiente e da Educação. Ele disse que não há possibilidades de desenvolvimento sustentável em um país, sem que haja integração das ações nestas três áreas. “Percebo que vamos acabar envolvendo todo o Ministério da Cultura nesta ação, pois ela tem relação com quase todas as nossas secretarias”, comentou o ministro.

Projetos como Pontos de Cultura, Cine Mais Cultura, Bibliotecas Públicas, Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural (Promoart), prêmios de incentivo às expressões culturais afro-brasileiras e indígenas são alguns exemplos das políticas públicas do MinC que deverão ser implementadas nestes locais.

O presidente do Conselho Nacional da Reserva da Mata Atlântica, Clayton Ferreira Lino, explicou que a entidade é formada por representantes da sociedade civil e instituições governamentais e sua coordenação está vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.

Estiveram presentes na assinatura do protocolo de intenções, além do ministro Juca Ferreira e do presidente do CRNMA, Clayton Lino, a Coordenadora Técnica do Instituto Amigos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Heloísa Dias, os secretários do MinC Alfredo Manevy (Secretária Executiva) e Silvana Meireles (Secretaria de Articulação Institucional) e os representantes do Ministério do Meio Ambiente, Luiz Antônio Carvalho e Geraldo Sirqueira.

*Com informações da Assessoria de Imprensa do Ministério da Cultura.

 
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Publicado por em dezembro 20, 2010 em Uncategorized

 

O Algodão em uma Possivel História

Semira Adler Vainsencher

Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco

pesquisaescolar@fundaj.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.

Datam de oito séculos a.C. as referências históricas sobre o algodão. Os egípcios o conheciam e cultivavam na Antigüidade; e os Incas, e outras civilizações antigas, já utilizavam o algodão em 4.500 a.C. O algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) é uma planta arbustiva e perene, de crescimento indeterminado, e desenvolvimento vegetativo e reprodutivo simultâneo. A palavra deriva de al-quTum, na língua árabe, porque foram os árabes que, na qualidade de mercadores, difundiram a cultura do algodão pela Europa. Ela gerou os vocábulos cotton, em inglês; coton, em francês; e, cotone, em italiano.

Nos anos 1500, no início da colonização, havia certas espécies de algodão sendo cultivadas em território nacional. No Brasil, pouco se conhece da pré-história dessa planta, mas, os portugueses, quando aqui chegaram, perceberam que os índios conheciam o algodão, já sabiam fiá-lo e dele faziam tecidos.

Há uma lenda indígena, inclusive, no folclore nordestino, segundo a qual, nos tempos da criação do mundo, os índios eram muito atrasados, não sabiam criar os animais e, tampouco, cultivar a terra. Eles ficavam no alto das árvores, ou em cavernas, para se proteger dos animais ferozes. Foi, então, que surgiu um grande chefe sábio – chamado Sacaibu – que os levou para um lugar onde havia caça. Lá, os índios construíram suas malocas. O sagrado deus Tupã deu uma semente a Sacaibu e pediu-lhe que a plantasse. Ele obedeceu ao grande Mestre e ficou esperando sua germinação. Quando a planta se desenvolveu, Sacaibu observou que, das suas flores, saíam tufos brancos, que os indígenas teceram e fizeram cordas. Por intermédio destas cordas, desceram um abismo e descobriram um povo de muita cultura, que lhes ensinou a viver melhor, a cultivar a terra, a criar os animais, a fazer utensílios variados e a tecer as roupas, com o produto da semente ofertada por Tupã: o algodão.

Os portugueses, por sua vez, apesar de terem cultivado, na Bahia e em Pernambuco, algumas variedades de algodão trazidas do Oriente (que, posteriormente, foram levadas pelos jesuítas para o Sul do país), estavam bem mais interessados no cultivo da cana-de-açúcar. Com a chegada dos escravos africanos, entretanto, por uma questão de necessidade, os colonizadores tiveram que plantar alguns hectares de algodão, para que eles pudessem fazer suas vestimentas.

Na Inglaterra, até meados do século XVIII (1760), a lã e o algodão eram fiados manualmente, em equipamentos rudimentares denominados rocas (ou roçadoras), que apresentavam baixíssimo rendimento. Por outro lado, grande parte dos tecidos de algodão era importada da índia. O Parlamento inglês decidiu, então, cobrar tarifas pesadas sobre as importações estrangeiras, e isto acabou incentivando a própria indústria de tecidos do país. A partir de 1764, James Hargreaves inventou e introduziu no mercado a famosa spinning Jenny, uma máquina de fiar que multiplicou a produção em vinte e quatro vezes, em comparação ao rendimento das antigas rocas. A seguir, o mesmo inventor colocou à disposição do mercado uma nova criação sua: a lançadeira volantefly-schepel.

A combinação do processo de tecelagem com a fiação da spinning Jennyrepresentou uma verdadeira revolução tecnológica, que foi aumentada pela invenção do bastidor hidráulico de Richard Arkwright. Tal criação tornou possível a produção intensiva das tramas longitudinais e latitudinais. Mediante os novos processos mecânicos, a produção aumentou de duzentas a trezentas vezes, em comparação ao que era produzido antes, no mesmo intervalo de tempo.

Em 1792, uma invenção de Eli Whitney, nos Estados Unidos – o descaroçador de algodão – conseguiu separar, mecanicamente, as sementes das fibras do algodão, de modo a reduzir, de forma substantiva, seu preço no mercado mundial. As primeiras máquinas eram pouco dispendiosas, a fim de incentivar a indústria doméstica, mas, com o passar do tempo e o surgimento do tear mecânico, os tecelões manuais tiveram que trabalhar nas fábricas.

A competição com os tecidos de algodão indianos (os mais perfeitos do mundo), bem como os de lã e de linho, levou a Inglaterra a iniciar uma etapa de modernização da produção, através da criação de novos sistemas e novas máquinas. Entre estas, a máquina a vapor, que desenvolveu, sobremaneira, as indústrias de mineração e de transportes ferroviários e marítimos. Portanto, a combinação das invenções no campo da indústria têxtil, assim como a máquina a vapor (já imaginada e desenhada por Leonardo Da Vinci no século XVI) foram responsáveis pelo aumento da produção e da diminuição de seu custo, e promoveram a Revolução Industrial, no período de 1770 a 1870. Todas as inovações e o conseqüente incremento, no comércio mundial, deram à Inglaterra uma extraordinária vantagem: os tecidos produzidos eram leves, baratos, de qualidade, e podiam ser comprados por milhões de pessoas.

Em meados do século XIX, o cultivo do algodão já representava uma das atividades tradicionais, concentrando-se a produção nacional no Nordeste do Brasil, e em algumas áreas da Região Norte, onde a planta é nativa. Devido à sua condição de semi-aridez e resistência às secas, o algodão se tornou a principal opção fitotécnica para os nordestinos. A partir do final da década de 1880, e na de 1890, desenvolveu-se, particularmente no Estado de Pernambuco, a produção de óleo de caroço de algodão, em fábricas pequenas e mal equipadas. No Estado de Alagoas, no ano 1888, passou a funcionar uma fábrica de óleo. E, em São Paulo, no Sul do país, foi inaugurada uma grande fábrica, em 1892.

Nos últimos anos do século XIX, somente cinco países – União Soviética, Estados Unidos, Índia, China e Egito – produziam 98% do total da produção mundial de algodão.

Alguns fatores contribuíram para que, naquele século, a cotonicultura se expandisse no Nordeste do Brasil: 1. a abertura dos portos às nações amigas, em 1808; 2. o crescimento da população e, via de conseqüência, o aumento do consumo de tecidos; e, 3. a paralisação da produção norte-americana, em decorrência da Guerra de Secessão, que impediu os Estados Unidos de atender à demanda do mercado europeu.

Na década de 1910, a Companhia Industrial de Algodão e Óleos (CIDAO), organizada com capital brasileiro, iniciou um extenso programa de investimentos para descaroçar algodão na Região Nordeste. O programa recebeu uma ajuda considerável do Governo Federal e dos Governos Estaduais que se interessaram. Sendo assim, foram instaladas nove usinas de descaroçamento, em diversos locais de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará.

Na cidade do Recife, construiu-se um complexo industrial que centralizou a produção e refinação de óleo; e Campina Grande, na Paraíba, tornou-se uma grande região produtora de algodão. A cotonicultura, explorada por pequenos e médios agricultores, passou a representar uma atividade de grande importância socioeconômica, tanto na oferta de matéria-prima para a indústria têxtil e oleaginosa, quanto na geração de empregos e renda. Historicamente, era chamada de “ouro branco”, pela riqueza que gerava.

O algodão nordestino, produzido em pequenas propriedades, é todo colhido à mão, o que proporciona, quando a operação é bem feita, a obtenção de um produto de elevada qualidade. No país, de um modo geral, são plantadas duas espécies de algodão: uma perene, na Região Nordeste; e outra anual, no Sul e Centro-Oeste.

Há vários tons de fibras de algodão colorido, que variam do creme ao marrom escuro, do verde oliva ao alaranjado. Vale registrar que já foram identificadas, com fibras coloridas, cerca de quarenta variedades de algodão silvestre. No passado, o algodão colorido, por apresentar uma fibra mais fraca e menos uniforme que a do algodão branco, não podia ser usado pelas indústrias têxteis. Entretanto, trabalhos técnicos desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Algodão, Embrapa Algodão, em Campina Grande, melhoraram, geneticamente, a qualidade das fibras, o que possibilitou seu processamento industrial. O processo de melhoramento não-transgênico desenvolveu variedades de algodão colorido, com ciclo produtivo de três anos e alto nível de resistência à seca. As roupas confeccionadas na Paraíba, ecológicas por não usar tintas, fazem jus ao direito do selo do Movimento Ambientalista Greenpeace.

Desde 1989, a Embrapa Algodão, deu início a estudos e pesquisas visando obter variedades adaptáveis a novos espaços geográficos, e aumentar a resistência, o comprimento, a uniformidade e a produtividade das fibras. Desse modo, mediante geração e transferência de tecnologias, vem dando uma grande contribuição à cotonicultura. A cada ano, lança, pelo menos, duas novas formas de cultivo, e desenvolve novos sistemas de produção e de manejo integrado de pragas e doenças.

Desenvolvida no ano 2000, a primeira cultivar BRS 200 – constituída pela mistura de partes iguais de várias sementes, e com fibras de cor marrom – foi a primeira cultivar colorida geneticamente plantada no país. Isto contribuiu para o surgimento de emprego, para os artesãos nordestinos e pequenos agricultores familiares.

O algodão colorido tem bastante utilização no artesanato do Nordeste do Brasil e em ornamentação, sob forma de roupas, tapeçarias, colchas, lençóis, almofadas, redes, entre outros produtos.

Algumas tonalidades de cores – a verde, em particular – são influenciadas pela luz solar e tipo de solo onde é cultivado, ao passo que as cores creme e a marrom são mais estáveis. A maioria das espécies primitivas apresenta fibras coloridas na tonalidade marrom. Desde 1984, tais algodoeiros vêm sendo preservados no Banco de Germoplasma, em Patos, Estado da Paraíba. As peças confeccionadas com fibras coloridas naturais são consumidas, em especial, por pessoas alérgicas a corantes sintéticos.

O algodão, além das muitas utilidades, é considerado, pelas autoridades ligadas à agricultura, como um produto muito importante e moderno porque em seu processo de cultivo e industrialização são utilizadas tecnologias avançadas, que geram, não somente o desenvolvimento do conhecimento, como o aumento do valor agregado.

A cotonicultura permite o cultivo intercalado do milho e do feijão, preservando as lavouras de subsistência. O pequeno agricultor colhe o feijão com sessenta dias de plantio; o milho, com noventa; garantindo sua alimentação, e espera a colheita do algodão, que representa “dinheiro vivo”.

Além da fibra, são gerados vários subprodutos do algodão, a exemplo de óleos comestíveis e margarinas (extraídos das sementes e produzidos pela indústria alimentícia); estearina e glicerina (utilizadas pela indústria farmacêutica); e sabões (a partir da borra resultante da refinação do óleo comestível). O piolho do algodão – separado pelas máquinas de descaroçar – é utilizado pela indústria de móveis estofados; e o línter é usado nas indústrias de celulose, algodão hidrófilo, filtros, filmes, explosivos, entre outros produtos. O lixo advindo da varrição das usinas tem valor comercial, também, no tocante à fertilização do solo. Os ramos e folhas do algodão, muito ricos em proteínas e de elevado valor biológico, ainda alimentam o gado. Ademais, da extração industrial do óleo, resulta uma torta que é usada na alimentação animal (uma das rações mais ricas em proteínas); o farelo é utilizado como adubo nitrogenado; a casca é usada como combustível e, finalmente, como último subproduto da combustão, deixa uma cinza com elevado teor de potássio.

Na década de 1980, instaurou-se uma grave crise na cotonicultura brasileira, decorrente da propagação do bicudo (anthonomus grandis boheman), uma praga que reduziu a produção, drasticamente, provocando o êxodo maciço de trabalhadores rurais para os grandes centros urbanos, o fechamento de mais de 1.200 indústrias têxteis, de pequeno e médio porte, e a redução de 500 mil empregos. O Nordeste passou, então, de grande produtor de algodão, com produção superior a 220.000 toneladas de pluma, por ano, para grande importador. O déficit comercial da cadeia têxtil chegou a US$ 1,1 bilhão em 1997. Em meados dos anos 1990, contudo, a fronteira de produção do algodão brasileiro foi transferida para os cerrados, regiões de terras planas, que permitem a mecanização da lavoura, com forte concentração no oeste da Bahia.

No cerrado, o sucesso da cultura do algodoeiro tem sido impulsionado pelas condições do clima favorável, por programas de incentivo à cultura e, sobretudo, pelo uso intensivo de tecnologias modernas.

É de se lamentar, porém, que a comercialização do algodão, por parte dos pequenos agricultores, seja feita de maneira desorganizada, já que eles não tem condições de estocar o produto, de esperar para vender em momento mais oportuno; e, tampouco, tem acesso às informações importantes do mercado. O algodão em caroço é vendido para os intermediários (chamados, também, deatravessadores), que tiram proveito das precárias condições de vida dos agricultores, e diminuem bastante a sua receita. Para estes últimos, o “ouro branco” encontra-se bem longe: quem o plantou ontem, dele não usufruirá amanhã.

Recife, 27 de fevereiro de 2009.

FONTES CONSULTADAS:

ALGODÃO. Brasília: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), 1981.

ALGODÃO. Disponível em: . Acesso em: 4 nov. 2008.

ALGODÃO: oportunidades de investimentos. Teresina: Governo do Estado do Piauí/Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí, 1976.

ALGODÃO – cenário atual. Disponível em: . Acesso em: 11 nov. 2008.

ALGODÃO colorido. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2008.

CANABRAVA, A. P. O desenvolvimento da cultura do algodão na Província de São Paulo (1861-1875).São Paulo: Indústria Gráfica Siqueira, 1951.

CORREA, Manuel Pio. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1926-1978.

COSTA, Joaquim Nunes da et al. Heterose e capacidade geral e específica de combinação em algodoeiro. Revista de Oleaginosas e Fibrosas, Campina Grande, PB, v. 2, n. 2, p. 151-156, maio/ago. 1998.

EMBRAPA Algodão. Breve história do algodão no Nordeste do Brasil. Disponível em: . Acesso em: 12 nov. 2008.

FIBRAS e energia: expectativas dos setores de algodão, açúcar e florestas. Disponível em: . Acesso em: 13 nov. 2008.

FLEURY, Maria Tereza Leme. A organização do trabalho na lavoura algodoeira paulista. São Paulo: USP, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas(FFLCH), 1974.

HORTA, Carlos Felipe de M. M. (Coord.). O grande livro do folclore. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2000.

REVOLUÇÃO Industrial na Inglaterra. Disponível em:.Acesso em: 11 nov. 2008.

ROLIM, Cássio F. Camargo; CARLEAL, Liana Maria da Frota. O complexo agroindustrial do algodão no Ceará. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, Curso de Mestrado em Economia (CAEN), 1991. (Texto para discussão n. 87)

SAMPAIO, Ivanildo. Walfrêdo Siqueira: o algodão e o sonho. Recife: Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco, 2001.

SANTANA, João C. Farias de et al. Características tecnológicas da fibra com ênfase na fiabilidade de cultivares de algodão herbáceo do Mercosul. Revista de Oleaginosas e Fibrosas, Campina Grande, PB, v. 2, n. 2, p. 157-161, maio/ago. 1998.

SISTEMAS de produção para algodão. Umuarama, PR: Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER), 1976.

VIANA, Carlos Negreiros. A indústria de óleo de caroço de algodão no Ceará: surto de investimentos de 1919 a 1925. Revista Econômica do Nordeste – REN, Fortaleza, v. 25, n. 3, p. 385-437, jul./set. 1994.

VIEIRA, Robson de M. et al. Mapeamento fenológico do algodoeiro. Revista de Oleaginosas e Fibrosas, Campina Grande, PB, v. 2, n. 2, p. 123-132, maio/ago. 1998.

COMO CITAR ESTE TEXTO:

Fonte: VAINSENCHER, Semira Adler. Algodão. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: . Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.

 
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Restrições indianas aumentam preço do algodão

A decisão do governo indiano de interromper as exportações de algodão originou reclamações em países produtores de têxteis, como Bangladesh e Paquistão, alegando que os prazos de produção não serão cumpridos
[Restrições indianas aumentam preço do algodão]

No dia 19 de Abril, o governo indiano anunciou a proibição de exportar algodão cru, cuja exportação ainda não tivesse sido registrada. Os responsáveis indianos impuseram ainda limites mensais na quantidade de algodão que poderia ser exportado, mesmo no âmbito de contratos legalizados, e mantiveram o imposto sobre as exportações do algodão anteriormente anunciado. Mas Mike Flanagan, diretor-executivo da Clothesource Sourcing Intelligence, acredita que as reivindicações encobrem um aumento nos custos associados à recuperação econômica.

O impacto imediato das restrições parece ter sido sentido principalmente fora da Índia, com os preços no país a caírem apenas 3%. A Câmara de Comércio e Indústria Têxtil indiana estimou que apenas cerca de 6% das exportações vão provavelmente ser efetivamente impedidas de deixar o país, pois a maior parte da colheita atual já foi exportada ou vendida a fiações indianas. Os observadores locais salientam ainda que tudo o que resta é o algodão de baixa qualidade, pouco apto para a produção de vestuário.

Os porta-vozes dos principais países que compram o algodão indiano – Paquistão, China, Bangladesh e Vietname – reagiram com preocupação aos controles e alegaram que muitas fábricas iam ser incapazes de obter fio suficiente para produzir as peças de vestuário que planejavam produzir nos próximos meses. Mas, de acordo com os indianos, que alegam já não existir algodão útil disponível para exportação, não é a proibição que vai deixar os clientes estrangeiros em falta ao longo dos próximos meses. Será mais os fatos de muitos produtores não se terem salvaguardado para produzir o vestuário com o qual se comprometeram.

Há uma razão para isso. Os preços mundiais do algodão estão atualmente cerca de 80% mais altos do que em Março de 2009 e muitos fabricantes de vestuário adiaram a compra de matérias-primas, na esperança de que os preços diminuíssem. Mas os preços do algodão naquela época estiveram perto do mínimo em 40 anos. E a procura mundial de algodão este ano é muito superior à quantidade disponível.

As histórias assustadoras sobre o “aumento nos preços” do algodão têm que ser contextualizadas. As fábricas indianas, em média, venderam uma t-shirt normal, contendo 140 gramas de algodão, aos clientes europeus em 2009 por 2,83 dólares. Para um fabricante de vestuário, o conteúdo de algodão é agora 0,13 dólares (ou 4,3% do custo médio de venda) superior aos níveis ultra-baixos do ano passado. Em comparação, uma fábrica indiana citando o preço em dólares e sendo paga hoje irá receber cerca de 10% menos (cerca de 0,29 euros por uma t-shirt) do que há um ano atrás, quando convertesse o seu preço em rúpias. A valorização da moeda indiana está a atingir os lucros dos produtores de vestuário, pelo menos, duas vezes mais do que os altos e baixos no preço do algodão.

No entanto, o maior problema para os fabricantes de vestuário do Bangladesh e do Paquistão, tem sido as imprevisíveis falhas de energia. Isto tem inflacionado os custos de energia, mas para muitos, os estragos causados pelos cortes de energia nos programas de produção são ainda mais devastadores. Em média, em 2009, as fábricas do Bangladesh expediram, por carga aérea, 3.100 toneladas de peças por mês para a UE – cerca de 7,5% do total das exportações destinadas à Europa. Em Fevereiro deste ano, o caos na produção empurrou o volume de carga aérea fretada para a Europa até às 8.600 toneladas – quase um quinto do total mensal do país. E isto pode ser catastrófico.

Relativamente ao transporte via marítima, o custo adicional é cinco vezes maior que o custo inflacionado do algodão. Mas, o algodão não é a única matéria-prima em falta. Praticamente todos os custos estão a aumentar: a fibra de viscose no Vietname é quase 25% mais cara agora do que no início de 2010 e os preços do petróleo estão em alta. Além disso, as reivindicações dos trabalhadores por salários dignos estão ficando mais difíceis de sustentar.

Todos os custos incluídos numa peça de vestuário tendem a flutuar e essas flutuações são piores num período de procura crescente do que num período de queda. Para muitas fábricas em todo o mundo, o aumento da procura pode desencadear uma pressão mais prejudicial do que a recessão. E, mesmo as fábricas que não são afetadas pela escassez de matérias-primas, correm o risco de expedir com atraso algumas peças de vestuário de algodão.

Para os compradores, as nuvens da recessão tinham o rebordo prateado da queda dos preços. Mas, na realidade, parece que este rebordo prateado é mais fino do que seria previsível.

Fonte Portugal Textil

 
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Publicado por em dezembro 6, 2010 em Uncategorized

 

Índia proíbe a exportação de algodão e favorece EUA

Publicado por Softway
Os pedidos estão jorrando para os exportadores de algodão dos EUA, depois que a Índia proibiu as exportações da fibra. A situação vem remodelando rapidamente padrões comerciais que recentemente penderam em favor do país asiático. A proibição também prejudica a competitividade das fábricas de tecidos nos vizinhos Bangladesh, Paquistão e China, o maior importador mundial, com estimados 9,5 milhões de fardos de algodão por ano.

A Índia rapidamente se tornou a segunda maior exportadora mundial de algodão, depois de adotar cepas transgênicas da planta. Na semana passada, o comissário do setor têxtil suspendeu as exportações até segundo aviso, mencionando um “aumento excessivo nos preços [do algodão]”.

O contrato de algodão com vencimento em julho na bolsa de Nova York, uma referência internacional, subiu 5,7%, para 86,20 centavos de dólar por libra-peso na semana, aproximando-se da maior cotação em 15 anos. Ontem, perdeu fôlego e recuou 31 pontos, para 85,89 centavos de dólar.

Para os EUA, maior país exportador, a iniciativa da Índia, de acalmar os beneficiadores de algodão descontentes com os crescentes preços da matéria-prima, representa um lucro inesperado.

Os produtores da África Ocidental também testemunharam uma febre de compras, segundo os empresários do comércio exterior, ao passo que países exportadores como Austrália e Brasil poderão captar novas demandas.

“Tivemos um aumento enorme em consultas. É o maior que já tivemos”, disse Jordan Lea, presidente da Eastern Trading, uma exportadora de algodão do Estado da Carolina do Sul nos EUA.

Os preços locais do algodão indiano caíram após o anúncio da proibição, segundo a Cotlook.

A surpreendente suspensão das exportações, anunciada dias após a instituição de um novo imposto que incide sobre a exportação do algodão, afetará os agricultores indianos e “comprovará ser prejudicial à reputação do país, de fornecedor confiável e regular de algodão”, disse a Associação de Algodão da Índia.

A mudança de política também infligirá “enormes perdas” aos exportadores de algodão, disse a associação. A americana Cargill também está entre os que estão emperrados com algodão indiano. “O ônus recai igualmente sobre pessoas que assumiram compromissos de exportação e pessoas que aguardam para receber as remessas”, disse Doug Christie, presidente da Cargill Cotton, ao “Financial Times”.

A China é o principal cliente de algodão da Índia e suas beneficiadoras “precisarão encontrar suprimentos alternativos procedentes da América, o que significará que precisarão pagar um custo mais elevado”, disse Jagdish Parihar, sócio-diretor da trading Olam International, em Cingapura.

Os EUA, com um setor têxtil doméstico agonizante, perdeu no ano passado uma disputa comercial com o Brasil, que atacou os subsídios diretos fornecidos para proteger os produtores de algodão das flutuações de preços globais, bem como um programa de garantia de empréstimos destinado a estimular o crédito a compradores internacionais do algodão americano.

É improvável que a proibição se mantenha, já que a safra de algodão da Índia sistematicamente supera a demanda doméstica. Traders esperam, porém, que a memória perdure. “Ela poderá provocar uma redução nos preços do algodão indiano no futuro, pois será percebido como um algodão de alto risco”, disse Parihar

Fonte: Valor Economico

 
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O AGRONEGÓCIO DO ALGODÃO NO MUNDO. CASO DA ÍNDIA

Napoleão Esberard de Macedo Beltrão1, Gleibson Dionízio Cardoso2. (1) Embrapa Algodão, Rua
Osvaldo Cruz, 1143, Centenário, 58107720, Campina Grande, PB. e-mail: nbeltrao@cnpa.embrapa.br,
(2) Embrapa Algodão, Rua Osvaldo Cruz, 1143, Centenário, 58107720, Campina Grande, PB.e-mail:
gleibson@cnpa.embrapa.br

RESUMO

A Índia é o pais que tem a maior área plantada com algodão do mundo, com uma média
superior a 7,5 milhões de hectares por ano, com milhões de pequenos produtores com área, na
maioria, inferior a 5,0ha. Outra singularidade do algodão indiano é que quase a metade da área e
plantada com híbridos polinizados a mão, média de 60 pessoas/dia/ha, que representa o maior
componente do custo de produção. A produtividade é baixa, média de 286kg de fibra/ha, devido a uma
serie de fatores, com destaque para o clima, com secas freqüentes e mais de 70% da área e sem
irrigação, e a forte presença de inseto- pragas, que reduzem em 35% a produtividade das lavouras, em
especial a lagarta das maçãs, Helicoverpa armigera.

INTRODUÇÃO

A Índia é um pais especial, pois com somente 3,287 milhões de km2, vivem cerca de 1,025
bilhão de pessoas, com renda per capita de somente 440 dólares e um PIB de 447,3 bilhões de
dólares, dos quais 26% da agricultura (Almanaque Abril, 2002). Cerca de 22% da área plantada com
algodão no mundo esta na Índia (Vengopala Rao et al., 1994), sendo que mais de 45% desta área é
plantada com híbridos que ocupam milhões de pessoas no processo de polinização que é manual (The
ICAC Recorder, 1997b). Na produção estão envolvidos pequenos produtores com área inferior a 5,0
hectares (The ICAC Recorder, 1997a) e o preço da semente híbrida é dez vezes maior do que a
comum, tendo que ser certificada com elevada pureza genética (Tha ICAC Recorder, 1997c). Neste
trabalho procurou-se reunir informações sobre o algodão na Índia, um dos principais produtores,
exportadores e consumidores do mundo (Bolsa de Mercadorias & Futuros, 1997).

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização deste trabalho, procurou-se reunir informações de diversas fontes, em especial
de alguns documentos publicados pelo ICAC (Comite Consultivo Internacional do Algodão), tais como
The ICAC Recorder (1995, 1997a, 1997b e 1997c), International Cotton Advisory Committee, (1999,
2000 e 2002), Bolsa de Mercadorias & Futuro (1997) e documentos isolados como os de Narayanan
(1993), Venugolala et al. (1994) e Regmi e Roberson (1997).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A cadeia do algodão na Índia é muito importante, empregando milhões de pessoas no campo, na
cultura em si e nas cidades, na indústria de beneficiamento e na industria têxtil. De acordo com Regmi
e Roberson (1997) a cultura do algodão na Índia é bastante diversificada, envolvendo mais de oito
milhões de hectares, mais de uma centena de cultivares e híbridos, em diversos ambientes, desde o
Estado do Punjab no Nordeste do país até o Estado de Tamil Nabu a cerca de 2000km ao sul de

Punjab. A maior parte de área é sem irrigação e as pragas, em especial a lagarta das macas
(Helicoverpa armigera) e a mosca branca (Bemisia tabaci) estão entre as mais importantes,
promovendo reduções significativas no rendimento das culturas (Venugopala et al., 1994).
Predominam os pequenos produtores, com área inferior a 5,0 hectares e os níveis de
produtividades obtidos são baixos, media de 283kg de fibra/ha nas safras de 1989 a 1991, de 300kg de
fibra/ha nas safras de 1993 a 1995 (The ICAC Recorder, 1997a), de 286kg de fibra/ha na mais recente
safra, 2001/2002, de acordo com o International Cotton Advisory Committee, (2002) e com perspectiva
de somente 299kg de fibra/ha na safra de 2002/2003. Na Tabela 1, podem ser vistos dados sobre o
algodão na Índia, comparado ao mundo, USA e Brasil nas safras de 1999, 2000 e 2001, denotando a
imensa área plantada com algodão naquela pais, passando inclusive de exportador para importador de
algodão em pluma, consumindo mais do que a produção. Na Tabela 2, podem ser vistos os dados da
safra 2001/2002 e o que se espera para a safra de 2002/2003, com previsão de importar mais de 500
mil toneladas de algodão em pluma, o que ira colocar a Índia entre os três maiores importadores de
algodão do planeta. A Índia produz algodão de fibra media e também algodão de fibra extra-longa, com
um volume de produção superior a 130.000t de pluma, com cultivares de Gossypium barbadense,
porém o consumo é maior do que a produção (The ICAC Recorder, 1995). A Índia é o segundo
produtor do mundo de algodão extrafino, perdendo somente para o Egito. A produção de algodões
extrafino, no mundo, é muito pequena, representando menos de 3% do total mundial, porém a
qualidade é maior e o preço atingido no mercado também é bem superior aos alcançados pela fibra
média (International Cotton Advosory Committee, 1995).
As cultivares de G. barbadense são fotoperiodicas, tem ciclo maior que as herbáceas de G.
hirsutum, são mais susceptíveis a algumas pragas e produzem cerca de 30% a menos do que as
cultivares de G. hirsutum. As principais cultivares de G. barbadense utilizadas na Índia são a MCU 5 e
a MCU 32, cuja a produção é beneficiada em maquina de rolo. Na Índia também é muito usado híbridos
de algodão (Narayanan 1993 e The ICAC Recorder, 1997b), como os PCHH.31 e o LHH.121 que são
cerca de 30% mais produtivos do que as cultivares comerciais. Das cultivares de híbridos plantados na
Índia, 36% é de G. hirsutum, 1% de G. barbadense, 16% de G. arboreum e 8% de G. herbaceum e as
sementes híbridas valem dez vezes mais do que as de cultivares normais, 300 rupias indianas por quilo
contra somente 30 rupias/kg de sementes de cultivares não híbridas (The ICAC Recorder, 1997c). Os
híbridos são interespecificos (G. hirsutum x G. hirsutum), com 35% da área, F1, G. barbadense x G.
hirsutum, F1, com 5% da área plantada no pais e tem-se também os híbridos, F1, entre G. arboreum x
G. herbaceum, com menos de 1% da área plantada (The ICAC Recorder, 1997b).

CONCLUSÕES

A Índia é na atualidade o pais que tem a maior área plantada com algodão do mundo, mais de oito
milhões de hectares, correspondendo a mais de 22% do total mundial;
A Índia é o pais que mais explora o vigor híbrido (heterose) no algodão, tendo quase a metade da
área plantada com cultivares comerciais híbridas interespecificas e interracias, sendo a polinização
feita a mão, por milhões de trabalhadores rurais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS. Estatisticas do mercado fisico de algodão. Janeuro de
1990 a dezembro de 1996. São Paulo, SP. BM & F. 1997. 72p.

INTERNATIONAL COTTON ADVISORY COMMITTEE. Cotton: review of the world situation.
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INTERNATIONAL COTTON ADVISORY COMMITTEE. Cotton: review the world situation.
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NARAYANAN, S.S. Índia. In: Regional project on hybrid cotton. Roma, Italia, FAO. Hybrid cotton
newsletter, v.2, n.1, june, 1993.

REGMI, A.; ROBERSON, R.R. Cotton production and use in pakistan and Índia. In: PROCEEDINGS
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THE ICAC RECORDER. International cotton advosory committee. Washington, USA. v.15, n.2.
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VENGOPALA RAO, N.; RAJASEKHAR, P.; VENKATAIAB, M.; RAMA RAO, B. Cotton pest control
problems in Andhra Pradesh, Índia: Optimising pest mangement options for a more sustainable
approach to cotton cultivation. In: PROCEEDINGS OF THE WORLD COTTON RESEARCH
CONFERENCE, 1. (Constable, G.A.; Forester, N.W., eds). Brisbane, Australia, Proceedings… 1994.
p.563-568.

 
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Raízes da padronagem dentro da tecelagem Européia

As estampas podem tanto ser aplicadas sobre a superfície dos tecidos como trabalhadas na própria estrutura do mesmo, durante a tecelagem. Dos vários e diferentes métodos de estamparia a técnica de uso de blocos de madeira é a mais antiga. Mais tarde surgiram as estampas utilizando a tela de stencil e os rolos de cobre gravados.

Os fenícios produziram os primeiros tecidos estampados, usando o método de estamparia em blocos e a tecelagem trabalhada em fios de diversas cores formando estampas muito apreciadas pelo mercado. Outro método usado era o stencil, em diferentes estamparias, além de bordados em cores ricas e vibrantes. Na verdade, tecidos estampados apenas passaram a ser utilizados na Europa após o século XVII. Porém, existem exemplos de estamparia utilizando blocos de madeira sobre linho, durante a Idade Média, técnica esta que foi muito provavelmente trazida da Ásia e introduzida pelos romanos na Europa. A Índia era mestra na arte de estamparia sendo que seus produtos superavam, em muito, o trabalho feito pelos Persas e Egípcios.

Estampas usando técnica de serigrafia sobre linho foram escavadas pelos arqueólogos em tumbas egípcias de 8.000 anos. Seda estampada foi encontrada em escavações a leste do Turkistão e Kansu muito provavelmente originárias da dinastia Tang chinesa.

Tartans e Xadrez: estampas geométricas fazem parte da história humana. Na história da moda ocidental, a origem do xadrez pode ser traçada até a Idade do ferro (700 –50a.C.) no Norte da Europa, mas especificamente nos pântanos da Alemanha e Dinamarca. Pesquisas arqueológicas escavaram vários sacrifícios humanos, nos quais foi possível identificar as padronagens têxteis das roupas das vítimas. Estas se compunham quase exclusivamente de tecidos com padronagem xadrez em fio de lã, tecido 2X2 cruzado (em forma de losango). Os pigmentos de base vegetal davam à cor na lã, naturalmente branca. Um manto encontrado em Thorsberg, Alemanha comprova uma padronagem xadrez combinando 3 tons de azul; já a roupa de uma jovem de Lønne Hede, Dinamarca, compõe-se de saia e blusa em xadrez azul e vermelho com um barrado em xadrez vermelho e branco.

Hoje este xadrez vermelho e branco é conhecido por padronagem “Medevi square” e considerado a marca registrada do xadrez sueco assim como a padronagem xadrez branco e preto é conhecido como “Vichy”.

Já os Tartans, tão famosos símbolos dos clãs escoceses surgiram, com este específico propósito, apenas no século XVIII. A falta de tecnologia indispensável para a imensa quantidade de diferentes combinações de tons que classificam os vários clãs, impossibilitava o tingimento homogêneo do fio, necessário para a confecção da padronagem xadrez complexa dos tartans.

Contudo existe evidência da existência de tartans que datam do século 3 a.C.. Escavações arqueológicas, perto de Falkirk descobriram um jarro de terracota com moedas de prata, no qual um pedaço de pano xadrez, nas cores marrom e branca, fora usado como tampa.

Referencias à tartans ocorrem em vários documentos, pinturas e ilustrações. Uma carta patente em favor de Hector MacLean of Duart, de 1587, garante a concessão de terras em Islay e detalha o pagamento de 60 ells de tecido nas cores branca, preta e verde (as cores do tartan de caça do clã MacLean of Duart).

A palavra Tartan significava, originalmente, “tecido de lã leve” e origina-se do francês tiretaine ou do espanhol tiritana.

Difusão das estampas na Europa

Foi partir do ano 1000, quando Veneza estabeleceu sua posição como porto de difusão de mercadorias entre o Leste e o Oeste que os tecidos estampados começaram a ganhar força na moda européia. De todas as transações comerciais importantes, Veneza dava prioridade à importação de seda e tecidos preciosos, assim como especiarias e gemas do Oriente.

Para os espanhóis dos séculos XIV e XV a seda era muito cobiçada pois refletia uma distinção soberba que os atraia devido a seu temperamento. Por volta do ano 1200 aconteceram várias mudanças importantes, entre elas o fato das cores deixarem de possuir um significado simbólico, deixando de serem usadas com o propósito específico de indicar as diferenças de classes – papel este que passou a ser exercido pelo tecido, no caso a seda, devido ao seu alto valor de mercado.

Surgiu então uma imensa variedade de padrões de estamparia como listras, quadrados axadrezados e figuras.

Diferente da seda, os tecidos comuns eram de cores sólidas. As roupas comuns e de cerimônia eram decoradas com bordados e appliqués formando devices: imagens de objetos, plantas ou animais escolhidos para representar emblemas pessoais como o urso e o cisne sangrento do Duque de Berry.

Apesar do trabalho dos centros têxteis europeus, os tecidos orientais continuavam a exercer forte atração sobre os países ocidentais: musselina de seda e ouro de Mossul; tecidos adamascados, isto é, com padronagem de Damasco e Pérsia; sedas baldacchino decoradas com pequenas figuras; sendo estas encontradas até na Inglaterra; tecidos da Antioquia com pequenos pássaros dourados ou azuis sobre campos vermelhos ou pretos. Os tecidos orientais eram muito apreciados por causa de suas padronagens mas, principalmente, devido a sua perfeição técnica.

Em meados do século XIII, as tecelagens de Regensburg e Colônia demonstravam a influência de certos protótipos de padronagem oriental, que gradualmente foram sendo adaptadas ao gosto europeu, rompendo-se assim um padrão pré-estabelecido. Na Itália, durante o século XIV este fenômeno pôde ser observado com o desaparecimento dos temas animais e divisões arquitetônicas e com o florescimento das estampas de flores cada vez mais estilizadas. A moda dos tecidos de estampas florais se tornou generalizada desenvolvendo-se, especialmente, nas regiões de Genova e Florença.

No século XV os padrões florais assumiram dimensões exageradas, com grandes romãs ou cardos estampados entre linhas sinuosas.

Durante o século XVIII, as padronagens dos tecidos passaram a sofrer a influência das grandes descobertas e viagens de exploração e as importações dos tecidos orientais tornaram-se lugar comum. Cada vez mais começaram a ser encontradas exemplos da flora exótica em padronagem que exibiam flores e frutos desconhecidos na Europa até então. Flores como o crisântemo, acabaram por criar o gosto pelas padronagens florais exóticas. Isto se manteve até o final deste século, quando a moda voltou as suas origens ocidentais, com padronagens mais simples, como margaridas, papoulas e rosas. Durante o século XIX, essas padronagens florais realísticas se mantiveram populares. Entretanto, algumas padronagens florais formais e estilizadas em algodão acetinado foram desenvolvidas durante o período Art Deco. O final do século vinte trouxe um revival do estilo vitoriano de flores em design natural.

Tecidos estampados com flores miúdas, ainda tão comuns nos dias de hoje, surgiram por volta de 1800, nos Estados Unidos, com a adoção das primeiras máquinas de estampar. A empresa Thorp, Siddel and Company, instalava em Philadelphia a primeira dessas máquinas em 1810. Dentro de poucos anos passava a existir uma grande quantidade de empresas de estamparia, mesmo no pequeno estado de Rhode Island. Entre estas, exemplos de tecidos da Allen Print Works, da Clyde Bleachery e da Print Works ainda podem ser encontrados no Museum of American Textile History em North Andover, Massachussets, possibilitando confirmar que a padronagem era de pequenas flores espalhadas por toda a superfície do tecido, que acabou sendo conhecido como “calicoes” ou chita.

pictografia: O motivo pictográfico (nuvens, objetos, paisagens, etc) surgiu em toda sua glória na época medieval. Apresentando cenas de batalhas, caçadas e torneios eram muito apreciados pelos nobres da época com seus ideais românticos e de honra. Continuaram bastante populares durante toda a renascença. Durante o período barroco francês e inglês, as padronagens se tornaram bastante complexas, usando técnicas sofisticadas e cores realistas. Já o estilo rococó, no início do século XVIII produziu um tipo mais informal de padronagem pictográfica, geralmente frívola e extremamente colorida, em seda e algodão, apresentando design em estilo oriental com cenas de paisagens árabe e mourisca. A expansão do comércio além-mar incentivou a moda da padronagem pictográfica, apresentando paisagens e povos nativos como as do Hawai.

A partir de meados do século dezoito estas padronagens voltaram a se tornar menos populares, com a preferência se voltando a cenas mais delicadas, como as imagens dos campos franceses e ingleses.

As padronagens pictoriais adquiriram um tom refrescante no início do século vinte, quando o movimento Art Nouveau introduziu elegantes figuras e plantas alongadas. O movimento Arts and Crafts, entretanto, tornou a explorar um design mais medieval, apresentando formas humanas em meio a fundos florais.

No início do século vinte, os designers modernistas e Art Deco raramente usavam tecidos com padronagens pictográficas. Esse tipo de padronagem sofreu um revival apenas no final do século vinte.

Outro fenômeno importante do final do século XX são as padronagens inspiradas pela arte Manga, os famosos quadrinhos japoneses. À primeira vista estes parecem ser uma versão oriental das histórias em quadrinhos ocidentais. Isto é uma realidade parcial, pois ainda que alguns aspectos do manga tenham sido extraídos do ocidente, uma vez que Osamu Tezuka, o “pai” do manga tenha sido influenciado por Disney e Max Fleisher, sua estrutura básica pode ser encontrada na arte japonesa.

Desde o início do século VII, a cultura japonesa segue os princípios da cosmologia chinesa. Os 5 elementos do fogo, água, terra, madeira e metal, associam-se aos pontos cardeais, as estações do ano e as cores primárias e intermediárias numa fusão de idéias que acabou refletindo-se em um elaborado sistema conhecido por kasane-iro no qual os kimonos passaram a ser usados em camadas de graduação de tons e texturas, com nomes como “camadas azáleas”. As propriedades medicinais dos pigmentos vegetais e o simbolismo inerente nas cores criaram a base de um padrão estabelecido para o uso da moda oriental que progrediram linearmente, seguindo um padrão coerente até a arte manga dos dias de hoje.

Os padrões dos tecidos usados pela corte imperial japonesa eram chamados yüsoko e estes se tornaram os padrões básicos para todas as variações usadas a partir desta época. Os padrões principais do yüsoko apresentavam as seguintes versões: treliças diagonais; losangos, arabescos, vinhas; xadrezes; círculos entrelaçados e medalhões com flores, plantas, pássaros e insetos. As primeiras estampas “livres” apresentavam plantas e animais, reais ou míticos, além de objetos, geralmente agrupados em combinações sazonais ou auspiciosas.

Durante as guerras do período Hei, a situação econômica tornou a indústria têxtil inviável e o Japão voltou-se à China para a obtenção da tão necessária seda, renovando o contato com a dinastia Ming.

A partir de 1544, mercadores europeus introduziram mercadorias estrangeiras em terras japonesas. Entretanto em 1638, a capital do Japão foi transferida para Edo, (hoje Tókio) e promoveu-se uma política de isolacionismo, cortando o Japão das influencias culturais externas. Isto possibilitou um desenvolvimento artístico único, sem influências que culminou, no século 17 no Ukiyo-e ou “imagens do mundo flutuante”. Pode-se dizer que o Ukiyo-e é a expressão primeva da arte Manga. São as estampas feitas com blocos de madeira, criadas durante a estabilidade próspera do Shogunato Tokugawa, que acabou exercendo profunda influência sobre o Impressionismo e Pós-Impressionismo na Europa.

Dentre os trabalhos mais significativos da arte Ukiyo-e destacam-se os de Hishikawa Moronobu (1618-1694) em estampas preto e branco (chimai-e); Suzuki Harunobu (1725-1770) cujo trabalho é associado ao primeiro nishiki, ou estampas policromáticas lembrando brocado; Ando Hiroshige (1797-1858) conhecido por suas ilustrações de viagens; Kitagawa Utamaro (1753-1806) especialista em bijin-ga, “beleza feminina”; Katsushika Hokusai (1760-1849) conhecido por suas dramáticas paisagens marinhas em azul e branco e Utagawa Kuniyoshi (1798-1861) que trabalhava com coloridas cenas de ação apresentando animais e pássaros.

 
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JUQUIÁ PRETENDE SER A CAPITAL NACIONAL DO PALMITO PUPUNHA

Por
Caique
– 23 de setembro de 2010Colocado em: Juquiá
A primeira festa agropecuária na região e em todo Estado de São Paulo, voltada para o desenvolvimento e valorização da produção do palmito pupunha, movimentou o município de Juquiá no último final de semana, de 16 a 19 de setembro, em sua segunda edição. Criada no ano passado, a Festa da Pupunha e Agronegócios de Juquiá desta vez mostrou o sério trabalho que vem sendo realizado no município para fortalecer e incentivar a produção agrícola, consolidando o evento como importante canal para o setor. O evento foi o maior já promovido na cidade, recebendo em quatro dias mais de 20 mil pessoas. De acordo com o departamento de agricultura e turismo da Prefeitura de Juquiá, responsável pela área de exposições, cursos e agronegócios da festa, este ano o evento apresentou diferencial, pela grandeza da festa e o profissionalismo presente. “Promovemos simultaneamente dois eventos, sendo a Festa da Pupunha com rodeio, praça de alimentação, shows, parque de diversão e tenda eletrônica (a maior da América Latina) e também uma Feira de Agronegócios, que promoveu palestras para os agricultores, inclusive com atividades em campo”, falou o diretor de agricultura Ilso Luiz dos Santos. Durante os quatro dias os produtores receberam capacitações como, boas práticas na manipulação de alimento, palestra sobre olerícolas e palmito pupunha minimamente processados, aproveitamento dos produtos da agricultura familiar, manejo da lavoura de pupunha – nutrição, adubação, manejo de pragas e doenças, informações sobre o MEI – Micro Empreendedor Individua, aproveitamento de resíduos de palmito pupunha na alimentação animal e conferiram ainda casos de sucesso do programa Pró-leite. Tudo começou a ser preparado desde o mês de maio, com reuniões internas, busca de expositores, negociações com o Sebrae – escritório de Registro. E o resultado não podia ser outro, a Feira foi um sucesso de público e de expositores. “Gostaria de agradecer a confiança e credibilidade que os produtores e expositores depositaram no departamento, sem os quais não seria possível a realização de palestras e nem da feira”, frisou o diretor.
O destaque este ano no setor agrícola da festa ficou para a “Roça Interativa”, que mostrou aos visitantes todo o ciclo de produção da Pupunha, desde o preparo do solo e plantio das sementes até o corte do produto. A Roça foi idealizada em parceria com os alunos do Curso Jovem Aprendiz, do SENAR. “Quero deixar o meu agradecimento a minha equipe Carlos Reitz, Genaldo Dias, José Henrique, Luis Martins, José Soares, José Flor, José Mesquita, Natacha Vieira, Flavia Godoi, dona Elsa Barbosa e os técnicos da CATI José Ivan e Manssur. Sem esta equipe e o apoio recebido do departamento de obras, através do Donizete Maranho e sua equipe, posso afirmar que o sucesso da feira não seria o mesmo”, falou Ilso ressaltando que esta edição da festa contou com as parcerias ainda da CATI, Apafarga, Coopafarga, Sebrae, Senar, Faesp e Sindicato Rural.
O prefeito Merce Hojeije destacou que a vocação agrícola do município de Juquiá precisa e será desenvolvida cada vez mais. A idéia e desenvolver ações, traçar projetos e conseguir recursos e incentivos para que o setor cresça cada vez mais. Como a cidade já é a maior produtora do Vale do Ribeira e uma das mais expressivas no Estado de São Paulo, na produção de Palmito Pupunha, nada melhor como alavancar a bandeira agrícola através de uma Festa como esta, e quem sabe, se tornar a Capital Nacional da Pupunha. “Temos mercado, temos um clima propício, um solo abençoado por Deus, fértil e abundante. Possuímos ainda um povo trabalhador, criativo e que precisa apenas de incentivo financeiro e capacitação para enfrentar o mercado de trabalho. O poder público está cumprindo seu compromisso de oferecer ao trabalhador rural condições para produzir e vender e vamos fazer ainda muito mais. Essa festa veio fomentar, divulgar e valorizar essa nova cultura na região e em todo estado. E queremos que esse setor se expanda cada dia mais e mostre a outras regiões que temos um infinito potencial”, disse o prefeito Merce Hojeije. Investir neste tipo de evento é uma forma de aproximar os elos da cadeia produtiva para criar oportunidade de negócios, gerando um ambiente favorável para comercialização dos produtos, seja in natura ou industrializados, informou a analista do Sebrae-SP, Cláudia Noemi Gervásio Bilche.
Além da pupunha, durante a Festa foram expostos os principais segmentos produtivos do Vale do Ribeira, como bananicultura, piscicultura, apicultura, plantas ornamentais, olerícolas (cultura de legumes, folhosas) e pecuária leiteira, cadeias apoiadas pelo Sebrae-SP.
Globo Rural
O setor de agronegócios da Festa foi destaque no programa Globo Rural, da última segunda-feira, dia 20, quando a reportagem mostrou toda a cadeia produtiva da região que estava em exposição, com ênfase para a produção do palmito pupunha, que cada vez mais vem se fortalecendo no município, se tornando uma alternativa para os produtores, principalmente os de pequeno porte, da agricultura familiar. A matéria ressalta ainda que Juquiá possui atualmente oito milhões de pés de palmito pupunha. Em 1.996 existiam apenas quatro propriedades produtoras, mas o último levantamento, feito há dois anos, apontou 82 propriedades. Atualmente esse número deve estar em torno de 130 propriedades, garantindo cerca de mil empregos. Tanto volume motivou a instalação de quatro fábricas. A maior delas, a Palmito Florestra, emprega 250 pessoas. E para que o setor continue crescendo, foi realizada, nos últimos dias, a segunda Festa da Pupunha. O cultivo da pupunha substitui a extração ilegal do palmito juçara, nativo da Mata Atlântica e protegido por lei. A principal vantagem da palmeira é sua precocidade. Produz o primeiro corte com dezoito meses após o plantio. Para conferir a reportagem completa é só acessar http://globoruraltv.globo.com/.
Gastronomia
Com certeza uma das maiores estrelas da festa foi a culinária. O Fundo Social de Solidariedade, sob coordenação da primeira-dama Ana Emília Hojeije, ofereceu aos visitantes uma diversidade de pratos feitos à base do palmito pupunha. Assada, como risoto, na torta, na pizza ou em bolinhos, o sabor delicioso do produto fez a diferença. O dinheiro arrecadado em todos os dias da festa será revertido ao Fundo Social de Solidariedade de Juquiá. “Queremos agradecer a todos os voluntários, entre eles funcionários da prefeitura, que não hesitaram em nos ajudar a preparar as receitas, que com certeza abrilhantaram ainda mais essa festa e deram um toque especial ao evento. A gastronomia da Festa da Pupunha de Juquiá já se tornou um dos grandes atrativos do evento e isso conta com empenho, ajuda e trabalho de uma grande equipe”, falou a primeira-dama Ana Emília Hojeije.
Shows
Como não poderia deixar de faltar, as atrações musicais também foram um dos pontos altos da festa. Na quinta-feira, dia 16, a abertura do evento contou com a apresentação dos músicos Alexsandro e Marcelo. Sucesso em todo Brasil, Maria Cecília e Rodolfo subiram ao palco na sexta-feira, dia 17, atraindo o maior público de todos os dias. No sábado, dia 18, a dupla Marcos e Belutti surpreendeu e deu um show de talento, irreverência e simpatia. Uma apresentação de fogos de artifício e show dos cantores André e Adriano anunciou o encerramento do evento, o maior já promovido na cidade. As atrações musicais e o rodeio da Festa da Pupunha de Juquiá contou com organização e produção de Serginho Viola.
Prestígio
Desde a abertura, na quinta-feira, dia 16, o evento recebeu ainda, além do grande público, presença de muitas autoridades locais, regionais e estaduais. Prestigiaram o evento voltado ao incentivo à produção do palmito pupunha, os prefeitos de Cajati, Luiz Koga, Sete Barras, Nilce Miyashita, de Miracatu, Déa Moreira, de Itariri, Dinamérico Peroni, de Pedro de Toledo, Sérgio Miyashiro, de Registro, Sandra Kennedy, de Pariquera-Açu, Zildo Wach, de Cananéia, Adriano César Dias, de Iguape, Elizabeth Negrão, de Jacupiranga, Professor Jessé, além de representantes de outras prefeituras. Estiveram ainda em Juquiá o deputado estadual Samuel Moreira e os deputados federais Marcio e Nélson Marquezelli. A festa contou ainda com a ilustre presença do Secretário de Estado de Meio Ambiente, Pedro Ubiratan, que participou da abertura do evento e fez questão de provar as iguarias de pupunha servidas na barraca do Fundo Social.
Divulgação
Além do Globo Rural, podem ser conferidas matérias e reportagens sobre a Festa da Pupunha em Juquiá em diversos veículos de comunicação da região. O programa Rota do Sol, da TV Tribuna, apresentará em outubro, um especial sobre a produção da pupunha em Juquiá, tomando como gancho a Festa realizada na última semana. Rosana Valle e sua equipe visitaram propriedades e a maior fábrica de palmito em conserva do Vale do Ribeira e uma das maiores do Estado de São Paulo. O programa Vale na TV, da VTV, também apresenta programação em torno dos quatro dias do evento, que já foi ao ar na última quarta-feira, dia 22, mas que terá reprises, no domingo, às 14h30, e na segunda, às 8h15 ou no final da programação. A matéria pode ser vista através do site: http://www.valenatv.com.br. Fotos do evento ainda estão postadas do site da prefeitura municipal http://www.juquia.sp.gov.br ou no http://www.portalcajationline.com.br.

 
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Palmito ecológico prospera com plantios em São Paulo

O mercado de palmito no Brasil sempre foi cercado de ilegalidades. A partir da década de 1960, tornou-se comum a extração da espécie juçara, de alta qualidade, nativa da Mata Atlântica. Como a palmeira começou a rarear, uma outra planta, originária da Amazônia e de características mais sustentáveis, manifestou potencial para ocupar o lugar do juçara: o pupunha. E, curiosamente, é graças à contribuição de uma das regiões mais carentes de São Paulo, o Vale do Ribeira, que a produção desse nobre produto ganha corpo no país.
Situado no sul paulista, o Vale do Ribeira ganhou notoriedade pelas plantações de banana, que hoje somam 48 mil hectares. Entretanto, muitas áreas antes voltadas à bananicultura estão aos poucos sendo direcionadas à pupunha. Estimativas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), da Secretaria de Agricultura paulista, dão conta de que há 7 mil hectares cobertos pelo palmito. Calcula-se ainda que há 36 milhões de pés, o que resulta em uma produção de 22 toneladas anuais. A região já figura entre as maiores na produção de pupunha no Brasil, ao lado de Bahia, Espírito Santo, Rondônia e Pará.

“Nos últimos dez anos, o plantio de banana no Vale do Ribeira registrou uma diminuição de 6 mil hectares, que foi mais ou menos o aumento da área de cultivo de pupunha”, afirma Eduardo Soares Zahn, assistente de planejamento da Cati da cidade de Registro, SP. Segundo Zahn, o custo de implantação das duas culturas não é tão diferente, mas os gastos com manutenção e mão de obra são bem menores com o palmito.
Pupunha na dianteira

Antônio Josué Leite, o “Tozinho”, sempre se dedicou aos bananais, mas há 4 anos apostou na pupunha. Hoje, tem cerca de 2,5 hectares com a fruta em Eldorado, SP, e a mesma área com o palmito. “O trato cultural é mais em conta: se eu gasto R$ 2 reais num pé de pupunha, no de banana eu gasto R$ 5”, compara. A renda também é um fator positivo para o palmito: com três cortes por ano, Tozinho tem ganho no período de cerca de R$ 18 mil.

A prosperidade da pupunha em Eldorado se deve em boa parte à iniciativa do escritório local da Cati, que criou um sistema de apoio aos interessados no palmito. Em 5 anos de existência, o projeto já viabilizou 130 produtores. “O Banco do Brasil já está sem estrutura para acompanhar a nossa demanda, que está bem firme”, diz Antônio Carlos de Melo, engenheiro agrônomo da Cati na cidade.

Por meio de um financiamento de R$ 18 mil, via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o agricultor recebe verba para plantio para pouco mais de 2 hectares e tratos culturais para o primeiro corte. Tozinho foi um dos beneficiados e, animado, resolveu dobrar a área.

Com o mercado aquecido, há 2 fábricas em construção no município (que se somarão a outras 8 que já existem na região), além do viveiro Flora do Vale, que produz 600 mil mudas da planta por ano e emprega cerca de 25 pessoas, entre fixos e temporários. “Já vendemos mudas até para Paraná e Santa Catarina”, conta Mário Bresciani, gerente do viveiro.

Diferentemente do juçara, que morre ao ser cortado, o pupunha permite vários cortes e possui crescimento rápido (entre um ano e meio e dois é possível fazer o primeiro corte; com o juçara, esse tempo é de oito anos). O sabor é um pouco diferente do cobiçado palmito da Mata Atlântica: in natura, o pupunha é mais doce (embora em conserva essa característica seja atenuada). “E é mais macio que o palmito de açaí, fruto de extrativismo, que abastece 90% do mercado nacional”, afirma Zahn. Além disso, como o pupunha não escurece após o corte, é possível que o pequeno agricultor faça o produto minimamente processado, oferecendo-o como hortaliça fresca.

Ainda há pouco material científico sobre a pupunha, mas o cultivo é considerado simples. A propagação é feita com mudas, produzidas a partir de sementes colhidas da população nativa, na Amazônia. Algumas pragas têm preocupado os agricultores – a principal delas é a broca.

Por conta de uma certa carência de conhecimentos sobre a pupunha, especialmente em relação aos custos da produção, a produtora Rotilde Aparecida Rodrigues, de Registro, começou ela própria a fazer alguns estudos. Em uma área com 25 mil pés, plantada no ano passado, ela tem anotado todos os detalhes, a exemplo de gastos como mão de obra e adubação. “Daqui a 4 ou 5 anos, vou ter a noção exata da viabilidade desse palmito”, conta ela, que ingressou no setor há 5 anos, e já conta com 93 mil pés plantados.

Preocupada em colocar tudo na ponta do lápis, e tornar sua propriedade financeiramente sustentável, Rotilde batalhou também por uma mudança na forma de remuneração. “Antes, eu vendia por haste, mas o peso, o tamanho e a espessura variam muito. Depois de muito brigar por preço, fiz um trato com os compradores: o valor bom para mim é R$ 3,50 o quilo do produto beneficiado”, diz. Ou seja, se o volume vendido rendeu 100 quilos de pupunha processada, ela recebe R$ 350.
No Vale do Ribeira, os bons produtores conseguem produtividade de 7,5 mil a 8 mil hastes por hectare ao ano, tendo 5 mil plantas em cada hectare. O peso de cada haste de palmito gira em torno de 600 gramas.
Quantidade e qualidade

Além do volume de produção, a preocupação com a qualidade também tem aumentado. Uma iniciativa neste sentido partiu de Khalil Yepes Hojeije, diretor da Palmito Floresta, uma das mais tradicionais processadoras de pupunha do Vale do Ribeira.

A busca pela segurança no consumo é vital aos negócios da empresa, que tem clientes de peso. Com 3 milhões de pés de pupunha e processamento de 2 toneladas por dia, a Palmito Floresta atende os mercados interno e externo, com vendas para Argentina, Chile e França. Além de ter suas próprias marcas, a fornece a companhias como Sadia, Perdigão e a francesa Bonduelle, além de ser responsável pelos palmitos que levam as marcas das redes Carrefour, Makro e Roldão.

Em 2005, Hojeije iniciou um projeto de estudo da qualidade do palmito no país, que culminou na fundação do Instituto Palmito Seguro. “O objetivo é tentar moralizar a comercialização do produto no país, inclusive para evitar que a falta de qualidade interfira na saúde da população [com a propagação de casos de botulismo, por exemplo] e, por extensão, no baixo consumo”, afirma.
A entidade possui uma equipe de especialistas, que deve começar a auditar e certificar unidades produtoras de palmito em breve. “Alguns supermercados já manifestaram interesse em dar preferência a marcas que tenham o selo.

Além da Palmito Floresta, três empresas já demonstraram intenção de se adequar à certificação que criamos”, diz Hojeije. A exigência se justifica pela amplitude do mercado: o Brasil é o maior consumidor de palmito do mundo, com 940 gramas por habitante ao ano – afora o mercado externo, que ainda carece de ser explorado com mais atenção.

Fonte: Revista Globo Rural
Postado por msecco às 10:24
Marcadores: cultivo palmito pupunha, cultura pupunha, mudas pupunha, palmito ecologico, plantação palmito pupunha, viveiro pupunha

 
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